2.2.07

SEQUÊNCIA TRÊS: BATISMO DE FOGO

EXT-NOITE (CHUVOSA)- RUA DO CENTRO

DUAS bonitas PUTAS, com idades entre 22 e 28 anos, conversam animadas numa esquina. A chuva faz com que elas se protejam sob a marquise de um prédio.
Um carro se aproxima, encosta no meio-fio e TIDE, 28 anos, ruivo, acena para elas.
Sentado atrás no carro, ADALBERTO, 36 anos moreno atarracado. Na mesma calçada, vindo da direção oposta, VIRA, 28 anos, pardo, vê quando TIDE e ADALBERTO disparam contra as DUAS PUTINHAS, que caem para trás fulminadas. Eles jogam cartões pela janela.

CLOSE NOS CARTÕES ONDE SE LÊ “SANEAMENTO BÁSICO”

ÂNGULO INVERTIDO DE DENTRO DO CARRO.

O VIRA da calçada encara ADALBERTO e TIDE.

TIDE
Ih, olha lá!

ADALBERTO
Faz logo um strike!

O carro sobe numa guia baixa na entrada de um edifício para atropelar VIRA.
VIRA
Caralho !

O VIRA corre pra perto de um poste com a base coberta por latões de lixo. Levanta um latão e arremessa com força, quebrando o pára-brisa do carro.
VIRA salta pro lado, o carro derrapa sob a chuva forte e se choca contra o poste.
TIDE, espremido pelo air -bag, tenta se soltar do cinto de segurança, com um monte de lixo no colo.
A porta detrás se abre e ADALBERTO, com uma carabina de fogo central de cano curto, salta pronto pra disparar contra VIRA, que joga um saco de lixo sobre ele, fazendo-o desviar a arma.
No lixo espalhado, VIRA pega um cabo de vassoura e uma lâmpada tubular de neon. Depois, ataca de baixo pra cima, acertando o ante-braço do ADALBERTO com o cabo de vassoura, fazendo com que ele dispare `a esmo sua cartucheira.
Na seqüencia, VIRA golpeia com a mão esquerda, arrebentando a lâmpada na cara do ADALBERTO e, torcendo o punho pra facilitar a perfuração, enterra o tôco do tubo de neon em seu pescoço.
ADALBERTO larga a espingarda tentando conter o jorro de sangue.
Atrás do VIRA, TIDE consegue sair do carro e dispara com uma pistola baixo calibre (7.65mm), atingindo-o de raspão no ombro esquerdo.
VIRA salta e se vira golpeando com o cabo de vassoura num corte horizontal que atinge TIDE no olho direito.
Em seguida, já bem próximo de TIDE, ele quebra o cabo de vassoura no joelho e, segurando uma metade pontiaguda em cada mão, enfia-as com força por baixo de suas costelas, abrindo-as com violência. O sangue espirra no peito do VIRA.
VIRA sai correndo, dobra por duas, três quadras, pula um tapume, e cai numa construção abandonada ao lado e um trator adormecido.
O sangue escorre de seu ferimento e cai sobre a terra molhada.

VIRA
Atotô, Omulú !


SFX- Ao longe, uma SIRENE.

Nenhum comentário: